Assédio sexual em Hollywood: o que você precisa saber sobre isso

(Last Updated On: 26 de setembro de 2022)

O assunto assédio sexual se tornou o centro das atenções em Hollywood. Uma série de acusações foi realizada, contra diretores e atores renomados. Nomes como Kevin Spacey, Harvey Weinstein, Dustin Hoffman e Bill Cosby são alguns exemplos.

O Sindicato dos Produtores de Hollywood (PGA) estabeleceu um código de conduta, visando impedir o assédio sexual em sets de filmagem. Torpeza moral foi o termo utilizado para a inclusão da nova cláusula contratual.

Podemos destacar ainda que mais de 300 mulheres que trabalham como atrizes, diretoras, escritoras, agentes e produtoras lançaram um plano de ação para combater esse tipo de crime.

O que se pode dizer é: alguns resultados positivos surgiram após os relatos se tornarem públicos. Escrevemos este texto querendo mostrar o que você precisa saber sobre o assédio sexual em Hollywood e informar sobre as principais mudanças ocorridas. Vamos lá?

Por que as mulheres ficaram caladas por muito tempo?

As recentes denúncias permitiram que o assédio sexual fosse amplamente discutido, em todo o mundo. Muitas mulheres evitavam realizar denúncias por vergonha ou por medo de sofrerem alguma repressão dos abusadores. Atrizes como Angelina Jolie, Gwyeneth Paltrow, Ashley Judd, Cara Delevigne, Rose McGowan e Gal Gadot realizaram fortes denúncias e mostraram para o mundo que o assédio sexual existe sim, até mesmo em lugares como Hollywood.

Logo, outras mulheres que não contam com a fama como aliada começaram a perder o medo de denunciar os infratores. É preciso deixar claro que as denúncias são importantes para fazer com que os responsáveis sofram as devidas consequências. Esse é o primeiro passo para acabar com esse tipo de problema.

As principais produtoras estão incluindo cláusulas importantes em seus contratos, possibilitando a rescisão contratual “se o profissional se envolver em conduta que resulte em publicidade ou notoriedade adversa ou risco de descrédito, desprezo, escândalo ou ridículo”, como é o caso da FOX.

O que é o movimento #Metoo?

A renomada revista Time elegeu como Pessoa do Ano de 2017 as mulheres que realizaram denúncias públicas sobre assédio ou abuso sexual de que foram vítimas. A maioria das denúncias foi realizada por meio do movimento #Metoo.

O movimento surgiu após os escândalos de assédio sexual em Hollywood. A tradução literal da hashtag é: eu também. Assim, as mulheres são incentivadas a denunciar casos semelhantes.

A proporção do grupo se tornou internacional, e algumas denúncias chocaram o mundo. A ministra exterior da Suécia, Margot Walström, uma das mulheres mais importantes do planeta, utilizou a hashtag para incentivar novas vítimas a denunciarem e, também, para declarar ter sido vítima de um assédio.

Segundo ela, o episódio ocorreu durante um encontro entre líderes de grupos europeus, nos mais altos escalões da política. Mulheres de outros meios também se uniram ao movimento, como é o caso da medalhista de ouro olímpica McKayla Maroney.

O movimento #Metoo foi lançado pela atriz Alyssa Milano. O principal objetivo foi chamar a atenção para o fato de que o problema é muito maior que um simples profissional (Harvey Weinstein, o primeiro de muitos acusados).

E o projeto Time’s Up?

O projeto Time’s Up (acabou o tempo, em português) busca a criação de um fundo para apoio legal a homens e mulheres vítimas de assédio sexual no trabalho. A organização pretende arrecadar R$ 15 milhões de dólares para o fundo.

O projeto é destinado a pessoas que têm baixa remuneração e não conseguem se defender. Os principais focos são trabalhadoras domésticas, profissionais do setor agrícola, porteiras, operárias e outras trabalhadoras com funções semelhantes.

O grupo acredita que o assédio é persistente devido ao fato de os perseguidores não sofrerem consequências por seus atos, como explicado em uma carta de solidariedade publicada no site oficial do grupo. A carta também teve repercussão em jornais importantes, como o New York Times e o jornal espanhol La Opinión.

O Time’s Up não luta somente contra o assédio. Algumas das exigências do grupo são: maior presença de mulheres em cargos diretivos, igualdade de oportunidades, equiparação salarial em relação aos homens e um pedido aos meios de comunicação: um espaço para denúncias em “campos profissionais menos glamorosos e menos valorizados”.

Meryl Streep, Natalie Portman, Ashley Judd, Tina Tchen (advogada e ex-chefe de Gabinete de Michele Obama), Donna Langley (presidente da Universal Pictures) e Maria Eitel (co-presidente da Fundação Nike) são algumas celebridades que fazem parte do Time’s Up.

Quais ações concretas foram tomadas?

Os grupos estão incentivando as mulheres a denunciarem e mostrarem para o mundo que a época em que aceitavam algumas condições acabou. Entretanto, como já destacado, a falta de consequências é o principal motivo de os infratores continuarem praticando o assédio sexual. A dúvida que fica é: quais ações concretas foram tomadas?

Algumas mudanças importantes já foram feitas, tomando por base o assédio sexual em Hollywood, precursor do tema. A Netflix perdeu R$39 milhões ao cancelar o contrato com Kevin Spacey, por seu papel na série House of Cards. Já a Imperative Entertainment investiu R$10 milhões para substituí-lo por Christopher Plummer no filme Todo o Dinheiro do Mundo, no qual Spacey já havia gravado todas as suas cenas.

Além dos prejuízos financeiros, novas cláusulas contratuais foram necessárias. Agora, qualquer “ato ou comportamento que viole gravemente o sentido ou padrão aceito da comunidade” implicará sérias consequências.

O código de conduta contra assédio, divulgado pelo PGA, será utilizado, pela primeira vez, em uma produção cinematográfica. O primeiro filme a adotar o código será um grande sucesso de bilheteria: Mulher-Maravilha 2.

Falando em Mulher-Maravilha 2, houve um rumor de que a atriz Gal Gadot não retornaria para a gravação da sequência do longa caso Bett Ratner (um dos produtores do primeiro filme) não fosse demitido. Os representantes de Gadot não se pronunciaram, mas a Warner informou que a afirmação é falsa.

O fato aconteceu após o diretor ter sido acusado pela atriz Ellen Page. Page informou, em suas redes sociais, que Ratner fazia comentários sexuais inapropriados, fato que foi confirmado por Anna Paquin, durante as gravações de X-Men: O Confronto Final. Além de Page, Natasha Henstridge, Olivia Munn e Jaime Ray Newman também acusaram o diretor.

Assédio e abuso sexual são temas que merecem uma atenção maior. Os casos relatados ao longo deste artigo tomaram proporções mundiais por conta do renome e da influência que essas mulheres têm (algumas são ganhadoras do Oscar).

Porém, temos de lembrar que a maioria das mulheres abusadas não conta com a mesma influência e, muitas vezes, deixa de denunciar por medo ou vergonha. Devemos lutar contra esse tipo de crime, buscando uma posição igualitária para as mulheres na sociedade.

Ações como o #Metoo e o Time´s Up motivam muitas pessoas a fazer do mundo um lugar melhor. Evidentemente, será difícil criar um programa com tamanha repercussão, mas podemos olhar para o nosso entorno e ajudar quem necessita. É importante lembrar que o problema vai muito além do assédio sexual em Hollywood, mas, se cada um fizer o seu papel, o mundo será um lugar melhor para viver! Pense nisso.

E aí, gostou do nosso artigo? O que acha do assédio sexual em Hollywood? Está pronto para começar a lutar contra esse tipo de crime? Então compartilhe este artigo em suas redes sociais e mostre para seus amigos a importância das pequenas ações. Afinal, tudo começou assim!

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